quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Criação de Codornas

Antes de iniciar a criação, é preciso definir se a opção será pelo ciclo completo e se o sistema de produção será manual ou automatizado demanda dos restaurantes que servem comida a quilo tem incentivado o aumento da produção de ovos da ave, que também fornece carne e exige baixo investimento para a Criação de Codornas e pequena área para o manejo.
Basta dar uma passada em uma feira, mercearia ou supermercado para comprovar que as versões branca e vermelha dos ovos de galinha predominam no varejo alimentício. No entanto, produzidas por diferentes aves, existem muitas outras variedades de ovos de tamanhos e cores diversos, que também são nutritivos, podem satisfazer muitos consumidores e dar lucro aos produtores.
Apesar de não ser tão raro, o ovo de codorna é um exemplo de boa opção disponível a quem se interessa em investir na diversificação do mercado e deseja aumentar a renda mensal. Nos últimos anos, o pequeno ovo de casca branca com manchas pretas e marrom tem conseguido ainda mais popularidade.
Com o crescente mercado de alimentação fora de casa, graças às mudanças socioeconômicas dos brasileiros em recentes décadas, como maior distância entre o local de trabalho e o de moradia, além do aumento do número de mulheres com emprego, proliferaram pelas cidades os estabelecimentos que oferecem refeições no modelo chamado self service (sirva-se). Como não faltam ovos cozidos nos cardápios, certamente esses restaurantes foram, em parte, responsáveis pelo aumento anual de 13% no número de aves alojadas e de 18% na postura de ovos de codorna produzidos recentemente no país.
Se o mercado aquecido já é um fator que atrai investimentos, a criação de codornas se apresenta como uma ótima oportunidade de negócio, pois conta com outros bons motivos para se iniciar o empreendimento: demandam poucos recursos para o manejo, não necessitam de grandes áreas para implantação do criatório em sítios ou chácaras e são precoces produtivamente.
Pertencente ao gênero Coturnix e predominante nos plantéis daqui e de muitas partes do mundo, a ave conhecida como codorna japonesa (Coturnix japonica) foi domesticada para a produção de carne. O desenvolvimento da ave para reprodução pode ser mais uma finalidade da criação, porém, a atividade é cara, pois as codornas não chocam em cativeiro, exigindo o uso de chocadeira.
Com postura diária, os ovos in natura, cozidos ou em conservas têm um comércio mais fácil para criadores iniciantes. Com pouco colesterol e muita proteína, vitamina B1 e B2 e nutrientes, como ferro, fósforo e cálcio, os ovos são um alimento saudável.
A codorna tem forma semelhante a de uma galinha, porém, em proporções menores. As de linhagem de postura são de pequeno porte, têm corpo camuflado com pigmentação marrom e peso que varia de 120 a 130 gramas. Além de ser produtiva, a ave é fácil de lidar e tem a vantagem de crescer rápido. Mas, para isso, é bom assegurar a procedência dos exemplares, oferecer alimento de qualidade e mantê-los em ambiente limpo e livre de doenças.

Mãos à obra

INÍCIO Certo de que na região há mercado comprador de ovos de codorna, faça cursos e visite criadores e fornecedores ligados à atividade de criação da ave. Treinamento e conhecimento devem ser contínuos, para a boa evolução do manejo, que também deve contar com os serviços necessários para o bom funcionamento do negócio. O investimento inicial pode variar de R$ 7 a R$ 18 por ave alojada, dependendo do sistema adotado (convencional ou automatizado) e se o criador produz suas próprias pintainhas (codorninhas de um dia de vida). O valor de uma codorna sexada de um dia de vida para postura oscila entre R$ 2 e R$ 3.
>>> AMBIENTE Deve ser tranquilo, com boa ventilação, mas livre de correntes de ar, e iluminação programada entre 14 e 16 horas por dia, porém, sem entrada de luz solar direta sobre as aves. Melhor se a temperatura for mantida entre 24 ºC e 27 ºC e a umidade relativa próxima a 60% para aves adultas em produção. Instale no galpão, onde as gaiolas ficarão acomodadas, cortinas de cores preferencialmente azuis ou verdes.
>>> GAIOLAS De arame galvanizado, podem ficar dispostas na posição piramidal ou em baterias – uma em cima da outra. Indicam-se as de tamanho de 30 x 30 x 30 centímetros com altura de 12 a 15 centímetros. Vendidas em lojas de produtos agropecuários, como os comedouros e os bebedouros tipo nipple, elas possuem extensão com declive para o deslizamento dos ovos e bandeja na base, para depósito das fezes sem contato com os pés das codornas.
>>> CUIDADOS Sem um protocolo de vacinação específica, proteja as codornas. Evite o fluxo de pessoas no local e impeça o acesso de predadores fechando o galpão com telas de arame de, no máximo, meia polegada de largura. Aplique medidas profiláticas contra roedores, moscas e outras pragas.
>>> ALIMENTAÇÃO Tem de ser de acordo com a idade e a finalidade da criação da codorna (carne ou ovos). Tecnicamente, as dietas são divididas nas fases de cria, que vai de um a 21 dias de vida; recria, de 21 a 35 dias; e produção, de 35 dias até o fim do período produtivo. A recomendação é usar rações para fase inicial, de crescimento e de postura, com 25% de proteína bruta, 3.000 quilocalorias por quilo de alimento, 3,5% de cálcio e 1,1% de fósforo. A alimentação representa de 70% a 80% dos custos de produção.
>>> REPRODUÇÃO A fêmea inicia o período de reprodução entre 35 e 42 dias de vida, enquanto o macho aos 75 a 90 dias. Contudo, sugerem-se para incubação ovos férteis com peso superior a 11 gramas obtidos após 42 dias de vida da mãe. Depois de 16 a 17 dias incubados, os ovos eclodem para o nascimento dos filhotes de codorna, com peso próximo a 6 gramas.
Raio X
Custo: de R$ 7 a R$ 18 por ave alojada, de acordo com o sistema adotado
Retorno: a primeira postura ocorre, em geral, entre 35 e 42 dias
Reprodução: na época de postura, um ovo por dia
*José Evandro de Moraes é pesquisador científico da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Rua Sebastião Soares, s/no, Caixa Postal 105, Brotas (SP), CEP 17380-000, tel. (14) 3653-1102, joseevandro@apta.sp.gov.br
ONDE ADQUIRIR: de criadores de codornas de boa qualidade produtiva e sanitária
MAIS INFORMAÇÕES: Instituto de Zootecnia (IZ), em Nova Odessa (SP), tel. (19) 3466-9441; contate também fornecedores de ingredientes para dietas das codornas, de embalagens para os ovos e outros profissionais com atividades relacionadas à atividade